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sábado, 25 de junho de 2011

A marca de uma lágrima



A marca de uma lágrima, de Pedro Bandeira, foi inspirada em sua peça de teatro favorita, "Cyrano de Bergerac". Nela, Cyrano escreve cartas de amor para sua amada, mas em nome do seu rival.

No caso do livro de Bandeira, conta-se a história de Isabel, uma garota de catorze anos, inteligente, mas que não gosta de si. Após um reencontro conturbado, apaixona-se pelo seu primo, Cristiano. Este, porém, se apaixona pela melhor amiga dela, e é correspondido.

Por se achar inferior, Isabel esconde de todos o seu amor e faz poemas para ele, mas assinados com o nome de sua amiga, para também ajudar no namoro dos dois. Além disso, ela possui uma relação superficial com o pai, separado de sua mãe, e a interminável briga com o seu espelho. Isso sem falar de outros mistérios que irão aparecer no decorrer do livro, como a morte da diretora de sua escola. Fora isso, Isabel derrete-se no mundo literário, cheio de autores e muita poesia.

Isabel é apaixonante por não querer que ninguém seja prejudicado. Doce, mas sempre pronta a dizer algo, ela conquista o leitor, seja pela sua poesia, seja pela humildade.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Lobo Solitário


Nos dias de hoje, com tantos mangás nas bancas, é muito difícil você escolher um pra começar a ler... Na dúvida, escolha um clássico. Foi o que eu fiz. Depois de muito tempo de costas deitadas na rede terminei os 28 volumes com (300 páginas cada!) de Lobo Solitário, que a editora Panini começou a publicar ainda em 2004.





A obra é, originalmente, da década de 70 e ajudou a definir o que chamamos hoje de Gekigá, que seria o quadrinhos japonês com temáticas adultas. Os culpados são Kazuo Koike (roteiros) e Goseki Kojima (desenhos). Essa dupla criou cenários e histórias diversas em torno de um samurai (Itto Ogami), que teve sua mulher assassinada, e seu filho (Daigoro) em busca de sua vingança inabalável contra a família Yagyu.

Lobo Solitário não possui roupas coloridas nem super poderes de samurais ou ninjas. Não busca a fórmula fácil do sucesso, apesar de usar a figura imponente do samurai e sua famosa honra como argamassa de todos seus enredo. É uma obra gigante que não se preocupa com linearidade e busca sempre novos temas a serem abordados.


Kazuo Koike é, na minha opinião, de tudo que eu já li de quadrinhos, o maior contador de histórias que conheço. A variedade de assuntos trabalhados em sua obra é de impressionar. Muitas vezes, a vingança dos Ogami contra os Yagyu é esquecida e mergulhamos profundamente nos personagens secundários: a geixa, o monge, o lavrador, o pescador, o ladrão... Ou mesmo a criança (Daigoro), perdida em seu silêncio tranqüilizador, é protagonista das histórias mais bonitas e emocionantes da obra.




Lobo Solitário é um título que merece ser lido devagar, com toda a calma que uma rede na varanda pode oferecer. Leia com atenção e entenda que a pétala de cerejeira que cai lentamente no lago demora o tempo que é necessário para você desfrutar quadro a quadro o espaço que ela ocupa naquela página.

Respire fundo e leia como se estivesse meditando.

Nota 10!

Ponto fraco: Acabou!


Resenha feita por: Bernardo Aurélio

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Entrevista com o vampiro

Antes mesmo de a escritora americana Stephenie Meyer despontar como uma das mais bem-sucedidas da literatura sobre vampiros, com a saga "Crepúsculo", outra conterrânea já havia conquistado fãs mundo afora.

Anne Rice, nascida em 1941, é a autora de "Entrevista com o vampiro". Com tradução de Clarice Lispector, o livro é iniciado com a entrevista de Louis a um repórter que ainda não conhece a natureza do vampiro.

Com narração pautada em análises psicológicas, momentos de luxúria, terror e paixão, a história de Louis, Lestat e Cláudia ganha contornos atraentes. Lestat, o vampiro que igualou Louis a sua condição vampiresca, ainda que com personalidade bastante diversa à do companheiro, é sedutor e tem raros momentos de ternura dedicados aos de sua espécie e aos humanos.

Louis é mais brando, preserva algumas características de quando era apenas um jovem de Louisiana. Cláudia, a eterna garota, transita com assustadora naturalidade no ambiente no qual é inserida após uma tragédia familiar.

Os três que protagonizam o grande livro de Anne Rice levado às telas em 1994, têm o poder de fascinar o leitor pela inconstância de sensações e sentimentos, tão típicos dos seres humanos.

Para quem gosta de uma história bem escrita e com personagens movidos a paixão e instintos primitivos, o livro é uma ótima recomendação.